Essas perdas podem prejudicar tanto o lucro quanto a reputação – e é por isso que algumas marcas estão recorrendo à tecnologia para proteger seus produtos, valor da marca e consumidores.
“Blockchain é uma tecnologia de movimento rápido e é realmente complexa”, diz Daniela Ott, secretária geral do Aura Blockchain Consortium. “O objetivo da Aura é facilitar o blockchain para marcas de luxo.”
Até o momento, mais de 20 marcas estão usando o software da Aura, com mais de 17 milhões de produtos registrados na plataforma, diz Ott.
“Essas marcas são concorrentes em todos os outros aspectos, mas estão colaborando com essa tecnologia para avançar mais rápido, da maneira mais segura”, diz ela.
“Rastreabilidade e confiança”
Criando um “gêmeo digital” para produtos físicos como sapatos ou bolsas, o software da Aura compila um registro de informações como o tipo e a fonte do material, onde e quando foi feito e quantos foram produzidos.
Ott diz que isso dará aos consumidores um nível maior de prova e proteção, agindo como um certificado digital de autenticação que usa “criptografia em nível de banco” e é “impossível de falsificar” – frustrando os falsificadores. Os gêmeos digitais, que podem ser acessados por meio de uma página da Web ou aplicativo móvel, fornecerão mais informações sobre a origem do produto, aumentando a “rastreabilidade e confiança” em torno de questões éticas e de sustentabilidade para consumidores conscientes, diz ela.
O Blockchain tem suas limitações, no entanto – as informações são tão confiáveis quanto a pessoa que as insere, diz Ott, e alerta que “se uma marca não tiver um bom relacionamento com o fornecedor, o blockchain não ajudará”.
A Aura lançou seu software baseado em nuvem no início de 2022. Ott diz que sua tecnologia de plug-in permitirá que as marcas integrem o produto em suas operações existentes com “conhecimento zero de blockchain”.
Tecnologia de tendência
“A falsificação existe há décadas e avança constantemente”, diz Chammard. A equipe de 60 autenticadores da Vestiaire verifica a documentação digital, incluindo fotos, antes de examinar cada item. AI e blockchain podem ajudar a acelerar o processo de autenticação digital, diz Chammard, acrescentando que isso ajudaria os autenticadores humanos em vez de substituí-los.
“Ainda precisaríamos de um especialista para realizar um exame físico para verificar todos os dados digitais”, diz ela, acrescentando que, se as marcas de luxo usarem a mesma tecnologia, isso ajudaria os revendedores a acessar e usar as informações com facilidade.
Blockchain também pode ser útil além da moda, diz Ott: setores de luxo, incluindo arte, cosméticos, perfumes e móveis, podem se beneficiar. No futuro, Ott diz que o livro também poderá conter informações sobre manutenção e conservação do produto, ajudando a determinar melhor o valor de um produto para revenda.
“Nossa medida de sucesso é integrar todas as marcas de luxo”, diz Ott.